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Questionar a missão do museu no século XXI


*Maria da Luz Nolasco Questionar a missão do museu no século XXI foi um dos propósitos do recentemente realizado encontro do Conselho Internacional de Museus, o ICOM, o qual decorreu este ano em Praga, sob a temática “The Power of Museums” sob a proposta “Museums and Civil Society”. Neste encontro saiu uma nova definição da entidade museu no sentido mais nuclear: “Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade, que pesquisa, coleciona, conserva, interpreta e expõe o património material e imaterial. Os museus, abertos ao público, acessíveis e inclusivos, fomentam a diversidade e a sustentabilidade. Os museus funcionam e comunicam ética, profissionalmente e, com a participação das comunidades, e proporcionam experiências diversas de educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimento”. (ICOM, Agosto 25, 2022).


Neste sentido é pertinente reconhecer a importância crescente do Museu na sociedade atual como plataforma acessível à performance criativa de artistas vivos e ativos na arte, quer se trate de arte contemporânea como de arte antiga, ou de qualquer outro domínio da cultura material e da expressão do imaterial. Os museus podem contribuir para sedimentar a história das comunidades e dos lugares, e serem pioneiros na transdisciplinaridade, cada vez mais caracterizada pelo presente cruzamento entre as artes em geral, os artistas e os públicos. O convite que os museus fazem abrindo portas a artistas para ativarem os espaços museológicos, reflete o interesse cada vez maior em se trabalhar com artistas cujo trabalho responda ao seu contexto histórico, aos sentidos das coleções preservadas, à paisagem natural, rural ou urbana que envolve muitas das arquiteturas museológicas. Importa entendermos o museu como agente significativo para as novas gerações tal como para as mais velhas, explorando-se as várias linguagens comunicativas numa relação aberta e acessível a todos os participantes, públicos de interesse e de proximidade. No museu construímos as ligações e as tensões entre a obra exposta, o espaço onde a obra se expõe e a possível mediação entre estes o ator que nos apresenta o museu no seu todo. O que era a convenção do museu na sua forma mais contemplativa deu lugar a um questionamento da autonomia de uso destes espaços como serviços públicos que proporcionam experiências diversas de educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimento. Será cada vez mais esta a atitude do museu na sociedade do provir.


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Maria da Luz Nolasco

Aveiro, 13/09/2022


A autora utiliza o novo acordo ortográfico.

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