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ALKANTARA FESTIVAL - mundos em palco


Foi a determinação na promoção da dança contemporânea nacional, potencializada pela necessidade de um espaço onde criadores conceituados e jovens artistas pudessem desenvolver e apresentar os seus projectos, que levou Mónica Lapa a criar o Festival “Danças na Cidade”. Estávamos em 1993 e a génese do que viria a ser o Festival Alkantara começava a apurar o seu importante papel futuro, no apoio, dinamização e divulgação da criação artística nacional e internacional. Então com palco na antiga Central Tejo, onde permaneceu até 2004, o “Danças na Cidade” foi-se afirmando como um momento de difusão de dança de grande relevância internacional, devido principalmente à sua aposta em novos criadores e ao seu espírito único de diálogo artístico e cultural.

Em 2005, numa alteração que veio confirmar a abertura da estrutura a outras disciplinas artísticas e geografias, o “Danças na Cidade” dava então lugar à Associação Alkantara, uma organização dedicada ao desenvolvimento e apresentação das artes performativas em Portugal, e cujo trabalho se complementa ainda através de projectos de formação para as artes, que incentivam a aproximação de diversos públicos à arte contemporânea.

Desde 2006, e com periocidade bienal, o Alkantara Festival reúne em Lisboa um programa de artistas com visões singulares sobre o mundo e a contemporaneidade, tendo afirmado o seu lugar e integrando actualmente o circuito dos principais festivais internacionais de artes performativas.

Em 2008, a Câmara Municipal de Lisboa cedeu à organização um edifício no bairro de Santos, onde foi criado o Espaço Alkantara. É aqui que, a par do Festival, a Associação promove ainda um programa regular de residências artísticas, formações, investigação, apresentações e acolhimentos, através dos quais se afirma como agente fundamental para a criação artística contemporânea nacional e persegue os seus objectivos de promoção e difusão da arte contemporânea internacional.

A comemoração dos 25 anos do Alkantara acontece agora em 2018, nesta que é também a ultima edição com Thomas Walgrave como director artístico, funções que irão ser assumidas por Carla Nobre Sousa e pelo David Cabecinha, dois representantes da nova geração. Thomas assume por isso uma programação mais pessoal, reunindo artistas que são incansáveis nos seus esforços para reformular questões e redefinir linguagens.

Para a edição deste ano foram convidados três artistas participantes no primeiro “Danças na Cidade” - João Fiadeiro, Vera Mantero e Aldara Bizarro - para criarem novos trabalhos para o Festival e assim darem o tom para a celebração, na qual irão apresentar uma série de projectos que assinalam comemorações, como Five Days in March de Toshiki Okada (reposto quinze anos depois da sua estreia e da invasão do Iraque, conduzida pelos EUA), ou Transobjeto de Wagner Schwartz, que tem como pano de fundo o 50º aniversário do Tropicalismo. Projectos que olham para o modo como as formas, linguagens, ideias e convicções - e até os objetos, acontecimentos ou histórias - se transformam ou reformulam constantemente. Este interesse pela dinâmica em detrimento do estado sólido das coisas é partilhado, de alguma maneira, por todos os artistas do programa, e dos programas dos últimos vinte e cinco anos. Porque está no coração da arte que desafia o status quo e tem a ambição de ser revolucionário, no sentido mais lato e menos dogmático da palavra.

O #Alkantara25 irá ocupar os principais palcos de Lisboa entre 23 de Maio a 9 de Junho, e trará figuras tão aclamadas como a marroquina Bouchra Ouizguen, o japonês Toshiki Okada, o húngaro Kornél Mundruczó ou o brasileiro Bruno Beltrão.

A “Artista na Cidade” deste ano é Christiane Jatahy, autora, encenadora e realizadora brasileira. Reconhecida como uma das mais relevantes artistas do teatro contemporâneo, tem apresentado o seu trabalho nos mais importantes teatros e festivais europeus e mundiais. A obra de Christiane Jatahy, que o público lisboeta tem descoberto nos últimos anos, habita uma zona fronteiriça entre o teatro e o cinema, entre as grandes narrativas e os episódios do quotidiano, entre o espaço teatral e a rua. Nesse território fértil e difícil de classificar, a artista propõe olhares alternativos que se apresentam como novas possibilidades estéticas e políticas para a compreensão do mundo, do outro e de nós próprios. Durante o ano de 2018, a Bienal Artista na Cidade desafia os lisboetas para uma viagem por esse país feito de múltiplas fronteiras que é o teatro de Christiane Jatahy. No âmbito do Alkantara Festival, Christiane Jatahy apresenta Ítaca – Nossa Odisseia I, (7 e 8 de Junho, às 21h) e participa numa conversa (8 de Junho, às 23h30), ambos no São Luiz Teatro Municipal.

Programação completa do Alkantara aqui.

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