A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) é parceira institucional da Bienal Ibérica de Património Cultural 2019, a decorrer até 13 de Outubro em Loulé.
A patrimonio.pt falou com Paula Silva, directora-geral do Património Cultural, sobre a Bienal.
Qual é para o país, no entender da DGPC, a importância da Bienal Ibérica do Património Cultural?
A Bienal Ibérica do Património Cultural constitui-se como um ponto de encontro e um fórum de debate para profissionais e instituições dedicadas à tutela e gestão do Património Cultural. Neste domínio, a dimensão da área expositiva, a multiplicidade de actividades técnicas e científicas que envolve orientadas para profissionais, bem como os programas sociais que gera e que permitem a partilha e a fruição do público, fazem desta Bienal um evento com características muito próprias e que é considerado uma referência em Portugal, Espanha e Europa.
Como vê a relação entre iniciativa privada, da Spira - Revitalização Patrimonial, e a participação pública na Bienal?
O património cultural é uma responsabilidade colectiva. Não se esgota no seu valor histórico. O património cultural é um agente transformador da sociedade, do território e das comunidades. O património alia um potencial económico significativo que gera sustentabilidade, investimento, inovação e coesão social. Encontrar na Bienal Ibérica de Património Cultural empresas, organizações privadas e públicas gestoras de património é caminhar no sentido de cooperação de uma responsabilidade colectiva.
Em 6 anos de Bienal, o evento cresceu exponencialmente: maior número de participantes, crescimento do público e franca internacionalização – de que é marco a fundação da rede europeia de feiras do património cultural - HERIFAIRS, na edição do ano passado em Valladolid. Como comenta este crescimento?
Este crescimento decorre precisamente da partilha de competências e conhecimentos, mas também da aposta e estímulo no acesso a participação em programas, projectos, organizações e redes patrimoniais internacionais. Na gestão do património cultural importa sedimentar parcerias e plataformas de actuação.
Quais são as espectativas da DGPC para o futuro da Bienal?
As expectativas são francamente positivas. A Bienal Ibérica do Património Cultural enquanto evento que une gestores e profissionais do património, entidades públicas e privadas que apresentam projectos em curso e projectos futuros, que comunica e divulga, que partilha com as comunidades que a recebem um programa cultural de experiência e fruição da cultura, é um evento que no encontro Portugal/Espanha materializa uma cooperação futura.
A DGPC, faz-se representar nesta edição da Bienal, dedicada à “Sustentabilidade” e promovida em colaboração com a Câmara Municipal de Loulé, tendo escolhido como tema a exposição internacional “Identidade e Cultura. Património Arqueológico de Sharjah (EAU)", que inaugura no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.
Nesta exposição do Museu Nacional de Arqueologia, cujo projecto museográfico é da autoria de Mário Varela Gomes, Rita Varela Gomes e André Rama Pires, pretende-se dar a conhecer o amplo trabalho de investigação e de divulgação em curso e, através do acervo, a importância de um conjunto de sítios arqueológicos de Sharjah, desde a Pré-História à Época Moderna.
Esta iniciativa permite consolidar as relações já privilegiadas daquele Emirado da Península da Arábia com Portugal, o que contribui para a afirmação da dimensão internacional do Museu Nacional de Arqueologia, como lugar de excelência para o intercâmbio cultural e científico entre os povos.
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