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Vamos pôr o Presépio de Belas no Lugar Certo?


Foi em 2016 que a extraordinária campanha - o LUGAR CERTO - levada a cabo pelo MNAA, conseguiu reunir os 600 000€ necessários para a aquisição da belíssima obra de Domingos Sequeira "Adoração dos Magos", garantindo o seu ingresso nas colecções do Museu Nacional de Arte Antiga e a sua exposição naquele espaço. Esta campanha possibilitou ainda, através da verba remanescente, a aquisição de obras tão importantes quanto o "Retrato de D. João V" e a "Batalha do Cabo Matapão", de Giorgio Domenico Duprà, ou a "Anunciação", de Álvaro Pires de Évora. Graças ao contributo, pequeno e grande, de dezenas de milhares de portugueses (indivíduos, instituições, empresas), mas também de generosos donativos internacionais, o património de TODOS ficou mais rico e o país orgulhoso com essa vitória colectiva da cidadania.

O Museu Nacional de Arte Antiga inicia agora uma nova campanha com o intuito de restaurar o Presépio dos Marqueses de Belas, pretendendo, a partir deste projecto, levar a cabo um empreendimento mais vasto: reabrir um conjunto de espaços há muito encerrados, em cujo coração se encontra, oculta, outra jóia maior do acervo do MNAA, a maravilhosa Capela das Albertas, um tesouro da arte portuguesa, no seu esplendor azul e ouro, que é essencial voltar a integrar no circuito de visita.

O Presépio dos Marqueses de Belas

Assim designado pela tradição, este conjunto notável foi adquirido pelo Museu em 1937 e é o maior, mais complexo e monumental dos presépios privados portugueses (358×422×162 cm).

Encomendado por José Joaquim de Castro, rico comerciante e coleccionador, a sua realização seria levada a cabo sob a direcção do escultor Barros Laborão, entre os anos finais do século XVIII e os primeiros do XIX. Concebido na tradição eclesiástica dos presépios monumentais, inclui cerca de 150 figuras, de barro cozido e policromado, alojadas num delicado e complexo cenário de fantasia, no interior de um sumptuoso móvel (ou «maquineta») que, encerrado todo o ano, desvendava, no período natalício, o seu interior de inesgotáveis perspectivas e detalhes aos olhares deslumbrados de crianças e adultos.

Sendo o mais grandioso da vasta colecção do MNAA — que, entretanto, dedicou à História do Presépio Português, uma das salas da sua exposição permanente, inaugurada em Dezembro de 2015 - é também o último que falta restaurar.

Trata-se, obviamente, de uma operação complexa e que envolverá uma equipa pluridisciplinar, pela quantidade e qualidade das valências profissionais envolvidas. É, também por isso, uma operação dispendiosa, para a qual o Museu necessita de reunir, no mais curto espaço de tempo, a verba de 40 mil euros. O processo de restauro constituirá ainda um momento único de necessária atenção científica ao Presépio Português na sua especificidade, como obra dinâmica, onde, afinal, colaborava um vasto conjunto de artistas de valências diversas, num tempo razoavelmente longo.

Do Presépio à Capela das Albertas:

A organização e abertura ao público, em 2015, da nova «Sala do Presépio Português» (com os mais antigos vestígios conservados, de meados do século XVI, e a obra do grandes escultores dos séculos XVII e XVIII: António Ferreira, Machado de Castro ou Barros Laborão) não teve apenas por objectivo ilustrar a história singular de um género artístico que constitui um capítulo essencial da própria História da Escultura em Portugal. Com ela se inaugurava, enfim, o programa complexo de devolução aos públicos da Capela das Albertas, encerrada há mais de uma década e cujo novo acesso será praticado por seu intermédio; por esse modo, se magnificando o próprio Presépio dos Marqueses de Belas.

Pequena mas riquíssima igreja sobrevivente do antigo Convento Carmelita de Santo Alberto, que, com o Palácio dos Condes de Alvor, compõe o núcleo original do actual complexo edificado do MNAA, a Capela das Albertas foi encerrada, com o conjunto das salas adjacentes, por razões de conservação e de acessibilidade, o que constitui uma grave ferida na dignidade do primeiro museu nacional.

Assim, uma vez definido o programa museográfico de toda esta área e estruturado o projecto arquitectónico, pôde começar, como um dominó, o caminho que levará à reabertura ao público da Capela das Alberas. A organização e abertura da «Sala do Presépio Português» foi o primeiro passo; o segundo será a reabertura da chamada «antecapela», em cujo eixo deverá, justamente, brilhar o Presépio dos Marqueses de Belas.

Aí chegados, estará livre, enfim, o caminho que possibilitará aceder ao interior da Capela das Albertas, observando agora, em tempo real, os trabalhos de restauro em curso.

Mas, por ora, é o PRESÉPIO DE BELAS que precisamos de PÔR NO LUGAR CERTO.

Contribua com o seu donativo, pequeno ou grande.

Ajude, mobilize, divulgue. TODOS SOMOS MECENAS!

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