Já se encontra patente no Museu do Côa a exposição "Incisão no Tempo", que inclui cerca de 200 obras do artista português Júlio Pomar, datadas de diversas fases do seu percurso.
Com curadoria de Sara Antónia Matos e Pedro Faro, a mostra resulta de uma parceria entre a Fundação Côa Parque e o Atelier-Museu Júlio Pomar, uma união que pretende também descentralizar a mostra de obras do artista, deslocando-as de Lisboa até outros pólos culturais do nosso país.
Em algumas obras, é possível estabelecer uma relação com as gravuras rupestres do Vale do Côa, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda, nomeadamente num conjunto de gravuras, datadas dos anos 70 do século passado, em que o pintor explora as entradas de touros e campinos, numa figuração de certo modo, semelhante às existentes nas gravuras do Côa.
O autor já visitou o Museu do Côa, assim como outros sítios de arte pré-histórica na Europa. Como o próprio conta na entrevista que deu ao Atelier-Museu em 2014, publicação com o título Júlio Pomar: O Artista Fala… Conversas com Sara Antónia Matos e Pedro Faro, a experiência de choque que teve frente às gravuras rupestres deu-se sobretudo em Altamira e em Lascaux. Esta exposição, patente até 5 de Maio deste ano, assinala a abertura das comemorações do vigésimo aniversário da classificação da Arte do Côa como Património da Humanidade, pela UNESCO.
Fonte: Fundação Coa Parque.