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O caderno de Lavores de Maria Armanda Marques Carneiro, ou as aulas de «Educação Feminina» na Escola


(Parte II)

Conteúdo do Caderno de Lavores: os modelos em miniatura

Como já se disse o caderno consta de várias páginas brancas ilustradas com desenhos aguarelados e contendo modelos de costura e bordados – páginas 3, 7, 11, 15, 19. Sendo que as páginas 21 contêm um modelo de costura mas não é aguarelada. Numa das folhas brancas (página 25) ainda é visível a marca deixada pela cola que segurava o papel de seda, o que parece comprovar que aí teria, também, existido um modelo de costura.

Os modelos de costura estavam originalmente cozidos sobre papel de seda de cores variadas, sendo estes, por sua vez, colados com cola sobre a folha branca de papel almaço.

Alguém, mais tarde, retirou o papel de seda, talvez por este se encontrar em más condições, e colou os modelos de costura com cola directamente sobre o papel, ou, noutros casos, usou fita-cola para segurar o papel de seda à folha.

Em cada uma destas páginas (excepto na 25) constam reproduções, em tamanho miniatural, de modelos dos lavores que as alunas aprendiam a fazer nas aulas e que comprovavam a perícia do seu trabalho. Certo é que muitas vezes estes modelos não eram feitos por estas mas sim por costureiras ou bordadeiras a quem as alunas recorriam para que o seu caderno não contivesse erros ou imperfeições (1).

Vejamos que modelos constam no caderno de lavores de Maria Armanda Marques Carneiro.

Página 3: • Modelo de pano com bainha simples a toda a volta e com um “cordão dobrado formando uma argola que serve para pendurar” (P. 13).

Página 7: • Modelo de pano com bainha aberta a toda a volta e com a demonstração de dois modos de passajar – a “passagem comum” e a “passagem perdida”, sendo que nesta se faz “um cordão e depois a urdidura ordinária passando-se em seguida a ferro” (P. 5). • Modelo de pano com bainha aberta a toda a volta e com a demonstração de como se prega um botão e como se caseia. Sendo que “para casear trabalha-se da esquerda para a direita, devendo tomar-se sempre quatro fios. Para fazer o canto da casa fazem-se nove pontos, três ao alto de cada lado e três à largura”. (P. 5)

Página 11: • Modelo de pano com bainha aberta a toda a volta e demonstração de como se faz um remendo. No texto explica-se que “os remendos colocam-se por meio dum cerzido ou duma costura a ponto adiante. Corta-se um bocado do tecido da forma do buraco que se quer tapar, ou um quadrado a fio direito, qualquer que seja o feitio do rasgão que se quer cobrir. Dá-se-lhe um centímetro ou meio a mais do que o espaço a tapar. As dobras do remendo voltam-se para dentro, alinhava-se este sobre o tecido, tendo o cuidado de não encolher nos cantos. Faz-se um cerzido a toda a volta, com uma tesoura corta-se o tecido que ficou por baixo deixando um centímetro ou meio a mais, para ser sobre cosido. Há mais outras formas de deitar remendos, mas esta é a mais usada. Deve-se evitar pôr os remendos nos vestidos, fatos, roupa de mesa, etc., mas usam-se para roupa interior” (P. 9)

Página 15: Nesta página constam dois modelos de aventais que integram a chamada “roupa de cozinha”. Os aventais deveriam “ser feitos dum tecido bastante forte ou escuro, (…) podem ser feitos de diversas formas, no entanto o mais usado é franzido e de peito” (P: 13). • Modelo de avental de peito • Modelo de avental franzido

Página 19: Nesta página constam dois exemplos de roupa de cama: • Modelo de barra de lençol com ponto aberto • Modelo de fronha

Página 21: Nesta página consta um bordado feito a ponto Richelieu também chamado ponto de festão. No caderno de lavores informa-se que “o ponto de festão (Richelieu) é feito da esquerda para a direita. O fio passa sobre o dedo polegar da mão esquerda, colocado por fora da linha traçada. A agulha entra no tecido onde se passaram os pontos. Os pontos em seguida executados são feitos da mesma maneira, não devendo ser muito distantes uns dos outros, nem repuxados” (P. 28). • Modelo de pano bordado a ponto Richelieu

Através deste caderno de lavores de Maria Armanda Marques Carneiro, ficamos a conhecer um pouco da aprendizagem feita nas aulas de Educação Feminina do Magistério Primário, numa época em que se valorizava a mulher que sabia costurar e bordar.

Se possui algum caderno como este dê-o a conhecer, pois ele constitui um património que interessa preservar e dar a conhecer.

(1) Informação que nos foi prestada por Dona Maria Adelaide Carvalho Correia Portela (tia de meu marido e de quem possuo dois cadernos de lavores, de que espero falar num outro artigo) e por Dona Maria Amélia Miranda, a quem também agradeço a amabilidade de me ajudar a identificar os modelos deste caderno de lavores.

 

CADERNO DE LAVORES

de Maria Armanda Marques Carneiro

Explicação sobre a atitude do corpo, das mãos e escolha do material de ensino

Seja qual for o género de trabalho que queiramos executar devemos escolher uma posição graciosa e higiénica. Para isto é necessário que a altura da cadeira seja proporcional à da mesa e que os braços sustentem os tecidos a uma altura suficiente para não sermos obrigados a baixar a cabeça que deve ficar apenas levemente inclinada para a frente. (P. 1)

Para a costura com almofada

A mão esquerda conserva o tecido preso à almofada sem se apoiar sobre ela nem sobre a mesa de costura. Forma de pegar na agulha – o polegar e o indicador da mão direita seguram a agulha enquanto que o terceiro dedo munido do dedal e colocado contra a agulha a impele para diante para que os dois dedos indicados possam retomá-la e retirá-la com o fio. Este, passando entre o quarto e o quinto dedo forma em volta deste último um anel que se deixa delizar gradualmente para impedir que se formem nós nos dedos. (P. 1)

Escolha do material

A escolha das agulhas deve ser feita com muito cuidado, evitando as compridas que entre os dedos se quebram como o vidro ou se dobram facilmente. O fundo deve ser bem polido para não cortar o fio. É necessário ter um sortido de agulhas de números diferentes e escolher sempre a agulha um pouco mais gorda que o fio para este poder passar sem dificuldade no tecido. É preciso evitar que as agulhas se enferrugem e para isso usamos uma almofada esmerilada [?] ou um agulheiro onde as introduzimos com pó de talco e pó de amido.

Devemos ter dois pares de tesouras, umas para talhar e outras para cortar os fios e pequenos bocados de tecido. Os anéis da tesoura devem ser largos e redondos para não magoarem os dedos. O dedal de metal é preferível ao de osso que é demasiado frágil e ao de prata cujos bordos são muitas vezes bastante profundos. Um bom dedal deve ser leve, um pouco arredondado na extremidade e não ser saliente.

Devemos trabalhar com o corpo direito, tomando uma posição airosa, que nos não prejudique a vista. A agulha deve ser poída, a tesoura deve ter argolas largas, o dedal deve ser de aço e ter um bordo baixo. As melhores marcas de algodão são a DMC ou marca Âncora. (P. 1-2)

Pontos de costura

Existem vários pontos como sejam: o ponto adiante, o ponto atrás, o posponto, etc.

No ponto adiante tomam-se dois fios e deixam-se outros dois.

O ponto atrás serve para ornamentar e para as costuras.

O posponto usa-se em costuras que façam força e tomam-se três fios na agulha e volta-se ao ponto de saída.

No ponto de bainha pega-se em dois fios inferiores e num fio superior. (P. 2)

Franzidos

Tomam-se quatro e deixam-se dois fios e na extremidade deixa-se uma ponta maior. Há quem faça sobre franzidos bordados muito interessantes. (P. 2)

Modo de casear

Para casear trabalha-se da esquerda para a direita, devendo tomar-se sempre quatro fios. Para fazer o canto da casa fazem-se nove pontos, três ao alto de cada lado e três à largura. (P. 5)

Bainhas abertas

Bainhas abertas são os espaços que deixamos ou onde tínhamos tirado os fios, depois cozidos com vários pontos. Para fazer a bainha aberta tomam-se três fios na agulha. (P. 5)

Passagens

Há quatro tipos de passagem, a passagem comum ou elementar, rosada, perdida e adamascada.

Para fazer uma passagem não se espera que o tecido esteja completamente esburacado, ou que não apresente já a urdidura. Logo que se conhece que o fio está poído e que começa a ceder num sítio faz-se uma passagem que nestas condições é muito fácil. Às vezes faz-se a passagem com os fios do mesmo tecido. A linha deve ser pouco torcida. Na passagem perdida faz-se um cordão e depois a urdidura ordinária passando-se em seguida a ferro. A passagem adamascada emprega-se para a roupa de mesa adamascada, a passagem perdida qualquer que seja tem sempre por fim substituir por meio de fios passados e encruzados os fios estragados do tecido. A passagem compõe-se de duas operações: a primeira tem por fim substituir os fios da urdidura e outra os fios da tecedura ou trama.

A urdidura faz-se a ponto adiante, tomando um ou dois fios do tecido e deixando outros tantos até chegar ao buraco e aí lança-se a linha por cima e vem a sair do lado oposto, continuando assimsucessivamente até tapar o buraco, em seguida fazem-se os pontos da tecedura acompanhando os fios do tecido. (P. 5)

Remendos

Os remendos colocam-se por meio dum cerzido ou duma costura a ponto adiante. Corta-se um bocado do tecido da forma do buraco que se quer tapar, ou um quadrado a fio direito, qualquer que seja o feitio do rasgão que se quer cobrir. Dá-se-lhe um centimetro ou meio a mais do que o espaço a tapar. As dobras do remendo voltam-se para dentro, alinhava-se este sobre o tecido, tendo o cuidado de não encolher nos cantos. Faz-se um cerzido a toda a volta, com uma tesoura corta-se o tecido que ficou por baixo deixando um centímetro ou meio a mais, para ser sobrecosido.

Há mais outras formas de deitar remendos, mas esta é a mais usada. Deve-se evitar pôr os remendos nos vestidos, fatos, roupa de mesa, etc., mas usam-se para roupa interior. (P. 9)

Consertos e utilidade da roupa velha

Quando um lençol está estragado volta-se, se não tem costura pelo meio, corta-se a fio direito a todo o comprimento e unem-se em seguida as ourelas a ponto de luva. As bordas assim unidas formam o meio do lençol e na parte que ficou para as bordas faz-se uma costura muito estreita de forma a similar uma ourela. Se o lençol tem costuras desfaz-se com cuidado de forma a deixar as bordas intactas, e segue-se como já explicamos. Se as ourelas que ficaram para as bordas ficaram intactas não é preciso fazer bainhas.

A roupa velha, principalmente a de linho nunca se deve deitar fora porque tem sempe utilidade. Assim os lençóis velhos que já foram virados, dentre os quais só se podem aproveitar as pontas, servem para panos, travesseiros, etc.

Os panos de cozinha que tiverem alguns bocados em condições servem para remendar outros e às vezes com dois bocados de panos já usados faz-se um razoável.

As toalhas de lavatório que estiverem estragadas servem para limpeza de móveis, da casa etc.

Os lençóis e os guardanapos velhos servem para compressas, pensos e ligaduras. Os farrapos de linho ainda se aproveitam os fios para feridas. Se as nossas posses o permitirem devemo-nos lembrar dos pobres dando-lhes a roupa posta de parte. (P. 9)

Roupa de cozinha

A roupa de cozinha compõe-se de aventais, toalhas e diversos panos. Os aventais devem ser feitos dum tecido bastante forte ou escuro, devem ter de comprimento 50 cm pouco mais ou menos e 75 cm de largura.

Os aventais de cozinha podem ser feitos de diversas formas, no entanto o mais usado é franzido e de peito.

Os cozinheiros usam ainda um avental flutuante, uma espécie de avental de cozinha tendo na bainha superior a pouca distância da extremidade um cordão que serve para atar. (P. 13)

Panos de cozinha

Estes panos devem ser feitos dum tecido forte, estopa ou linho grosso, tendo pelo menos um metro de comprimento por 75 cm de largo. Não é económico comprar panos de cozinha mais pequenos, porque se sujam mais depressa e a lavagem torna-se mais cara.

Faz-se nestes panos uma bainha estreita cozida a ponto de lado ou posponto. Numa ponta põe-se um cordão dobrado formando uma argola que serve para pendurar; por baixo desta argola põe-se uma marca, conforme para que for o pano. As toalhas de mão fazem-se como os panos com bainha ou franja. (P. 13)

A roupa de mesa e roupa para serviço de chá

Os tecidos empregados para a roupa de mesa são quase sempre os adamascados. No entanto também se emprega o linho liso ou granité. As toalhas e os guardanapos devem condizer, isto é, serem do mesmo tecido.

Há pessoas que costumam comprar os serviços já preparados, compostos de toalhas e guardanapos.

As dimensões da toalha variam segundo o número de guardanapos. As dimensões que se devem adoptar são pouco mais ou menos as seguintes: toalhas de 6 talheres, comprimento 1,65m, largura 1,60m.

Uma toalha para 12 talheres deve ter de comprimento 2,50 m ou 2,30 m, largura 1,90 m a 2 m.

Uma toalha para 18 talheres deve ter de comprimento 4,5 m e de largura 2,5 m a 3 m.

O tecido para as toalhas corta-se na peça no sentido da largura, fazendo nesse mesmo sentido as bainhas que podem ser feitas a ponto de costura, posponto e ponto aberto. Marcam-se num dos ângulos, pondo a mesma marca nos guardanapos. Quando as iniciais são bordadas fazem-se dum e doutro lado da toalha.

O comprimento dos guardanapos é pouco mais ou menos 70 cm, a largura é de 60 cm. (P. 17)

Roupa para serviço de chá

Esta roupa pode ser já comprada preparada e neste caso é raro ser toda branca, mas antes lavrada em dois tons, por exemplo: cinzento e branco, etc.

Os guardanapos são pequenos e franjados em volta como as toalhas.

Há que use esta roupa bordada a branco ou a cores, a retalho, isto é, com linho de cor aplicado ou com rendas aplicadas. Usa-se muito também, esta roupa bordada a ponto de cruz, empregando-se para este fim algodão de cores azuis e vermelhos, por serem as cores mais firmes. (P. 17)

Roupa de cama

Os lençóis podem ser de linho, pano alinhado ou de algodão. Podem ter dois panos, um pano só ou dois e meio.

Os lençóis de um só pano devem ter 2,50 m a 3 m de comprimento, e a largura varia conforme a cama a que se destinam. Fazem-se-lhes duas bainhas, uma na parte inferior e outra na superior, sendo esta é [sic] a mais larga. Esta bainha pode ser feita a ponto de bainha, posponto ou ponto aberto. Os lençóis marcam-se no ângulo recto da bainha estreita, os lençóis melhores bordam-se, pondo as iniciais ao meio do lençol cerca de 20 cm acima da bainha mais larga, usando-se para esse fim o ponto de cordão, plumeti. Além dos lençóis temos também as fronhas. Para fazer uma fronha destinada a um travesseiro, travesseiro ou almofadão, tomam-se as dimensões do travesseiro, etc. a vestir. Geralmente o travesseiro tem de comprimento 1,40m, no entanto esse comprimento varia conforme a cama a que é destinado. Se o pano é largo, dobra-se, unem-se as ourelas por meio de uma costura feita a posponto ou costura inglesa. Fica-nos uma espécie de saco aberto nas duas extremidades, nas quais se fazem as bainhas de 3 cm ou 4. Na bainha de baixo colocam-se os botões e a marca quando ela for feita a ponto de cruz. Na bainha de cima cortam-se as casas verticalmente. Com as travesseiras e os almofadões procede-se da mesma forma. Quando quisermos podemos fazer as bainhas a ponto aberto e bordar as iniciais, ficando nesse caso a meio do travesseiro, mas na parte superior. Os almofadões podem-se ornar de diversas formas ou com recortes, com bainha aberta, rendas, etc. (P. 23)

Bordado sobre branco

Antigamente o género de bordados que nós vamos descrever só era conhecido com o nome de “’bordado a branco’. Esta denominação já não é aquela que se usa hoje, porque o bordado actualmente faz-se tanto com fio branco, como com fio de cor, portanto empregamos para este género de bordado, o nome de bordado sobre branco. Este bordado emprega-se exclusivamente para a guarnição de roupas e objectos de toilette. Há diferentes bordados, segundo a forma como os executam.

Comecemos pelo mais simples, que é o bordado em relevo, feito a ponto de festão, mas à mão. Falemos depois do bordado género suiço, com o fundo aberto, dos bordados da Madeira, Renascença, Richelieu, com os seus desenhos muito abertos, depois seguir-se-ão os bordados venezianos, imitação das rendas de Veneza que podem ser consideradas a parte mais artística do bordado sobre branco. Ainda existe o bordado dinamarquês, conhecido com o nome de Hedebo, assim como o bordado piqué, o qual no século último era empregado como guarnição de roupas e vestidos.

A passagem dos riscos faz-se com um papel químico ou vidro. Os algodões mais empregados são os da marca DMC, no entanto para o bordado da Madeira, há o fio Madeira. Os bordados Hedebo devem ser feitos com o fio de linho. Para o bordado de piqué o algodão mouliné ou DMC. (P. 27)

Pontos mais empregados nos bordados

O plumetis emprega-se principalmente para bordar folhas, flores, algarismos e monogramas.

O ponto de festão (Richelieu) é feito da esquerda para a direita. O fio passa sobre o dedo polegar da mão esquerda, colocado por fora da linha traçada. A agulha entra no tecido onde se passaram os pontos. Os pontos em seguida executados são feitos da mesma maneira, não devendo ser muito distantes uns dos outros, nem repuxados.

Cordão oblíquo – faz-se igualmente da esquerda para a direita sobre um traço simples, introduz-se a agulha por cima do traçado e faz-se sair por baixo dele.

Quando se trabalha com linhas muito finas a agulha não deve acompanhar senão os fios que estão por baixo do traçado.

Cordão direito – o cordão direito é feito no mesmo sentido que o antecedente, mas para lhe dar mais beleza coloca-se sobre a linha traçada um fio redondo e torcido que se cobre em seguida a pontos verticais. Este género de cordão é usado principalmente para bordado de letras e monogramas.

Ponto de pé de flor – é feito sobre um traçado, passasse a agulha debaixo de um ou dois fios e 4 ou 6 verticais, de forma que o último ponto passe sempre a metade do primeiro. Este serve para contornos e monogramas de toalhas, guardanapos e para o bordado sobre tule. (P. 28)

Capa do Caderno de Lavores

P. 1

P. 2 e 3

P. 4 e 5

P. 6 e 7

P. 8 e 9

P. 10 e 11

P. 12 e 13

P. 14 e 15

P. 16 e 17

P. 18 e 19

P. 20 e 21

P. 22 e 23

P. 24 e 25

P. 26 e 27

P. 28 e 29

Contra-capa

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