![Combate entre o Carnaval e a Quaresma, Brueghel, 1559 (pormenor)](https://static.wixstatic.com/media/3f5444_a72889345b464226a70beded2c0fbf0f~mv2.jpg/v1/fill/w_720,h_400,al_c,q_80,enc_auto/3f5444_a72889345b464226a70beded2c0fbf0f~mv2.jpg)
A origem da palavra Carnaval é incerta. Tem sido atribuída ao carnem levare do Latim medieval, que significa “remover a carne”. Isto relacionar-se-ia com o facto de o Carnaval ser a última festividade do calendário cristão antes do início dos austeros 40 dias da Quaresma, durante os quais os católicos romanos de épocas anteriores jejuavam, abstinham-se de comer carne e seguiam outras práticas ascéticas. No entanto, sendo o Carnaval historicamente uma celebração de excessos, esta relação etimológica é discutida por muitos.
Obscura é, também, a origem histórica do Carnaval em si. Possivelmente terá as suas raízes numa primitiva celebração do início do novo ano e do renascimento da natureza, após o longo e penoso Inverno. Na Europa Ocidental, onde floresceu na Idade Média, é possível que o início do Carnaval como o conhecemos possa estar ligado ao festival anual pagão Saturnalia, onde o carrus navalis, um carro em forma de barco, era empurrado pelas ruas de Roma. A ideia de inversão (e subversão) social estava já presente nas Saturnaliæ, momento em que escravos se sentavam com os seus senhores, com eles comiam e onde juntos escarneciam das absurdidades da vida quotidiana.
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“O combate entre o Carnaval e a Quaresma”, Pieter Brueghel, 1559
Museu de História da Arte, Viena, Áustria