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Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura de 2016


O Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura de 2016 foi entregue ao projecto de alteração do Cine-Teatro Capitólio, localizado no Parque Mayer, com autoria do Arquitecto Alberto Souza Oliveira e promovido pela Câmara Municipal de Lisboa.

Projectado em 1929 pelo arquitecto Luís Cristino da Silva e inaugurado oficialmente a 10 de Julho de 1931, a construção do Capitólio trazia à cidade de Lisboa uma grande sala de espectáculos: uma obra de arquitectura modernista, inserida no contexto de transição e mudança que se operava então na arquitectura portuguesa, numa intenção de ruptura com o que era até então estabelecido, é construído num estilo internacional, numa estética racional, e numa recusa do ornamento arquitectónico.

A grande sala comunicava lateralmente, para o exterior, através de três grandes painéis envidraçados, correspondentes a cada alçado e cujo rasgado terraço se abria à população da cidade.

Ao projecto original de Cristino da Silva foram sendo realizadas várias alterações nos anos seguintes à inauguração, como a adaptação ao cinema sonoro em 1936, ou a posterior instalação de um balcão, dois foyers laterais e um telhado para cobrir o terraço.

Na presente obra de reabilitação esses elementos desapareceram, visando este projecto a reposição parcial das características de 1931, repondo a sua grande sala, reabilitando o edifício e complementarmente melhorando o seu desempenho, garantindo versatilidade e compatibilidade com as novas exigências da produção contemporânea de espectáculos, o que significou ampliar a capacidade de uso e conferir ao edifício um apetrechamento técnico acrescido.

A depuração estética de todo o edifício exigiu compatibilizar meios mais “pesados”, decorrentes das instalações técnicas, com a própria “leveza” e simplicidade do edificado, que se eleva pela simetria da sua composição formal, com a torre de vidro altaneira no grande corpo prismático, e pela sua complexidade espacial e volumétrica, aparentemente simplificada pelos planos transparentes presentes nos grandes envidraçados. Trata-se de um edifício paralelepipédico, constituído por extensas vigas que permitem o suporte da cobertura.

O edifício apresenta uma planta retangular, desenvolvendo-se longitudinalmente, salientam-se dois corpos adoçados de menores dimensões, igualmente paralelepipédicos que permitiam o acesso dos diferentes pisos. No piso subterrâneo encontra-se uma cave com tratamento do pavimento em terra batida e as paredes em alvenaria de pedra com argamassas de muito baixa consistência. A restante estrutura vertical do Capitólio é em alvenaria de blocos de betão, pontualmente travadas por montantes verticais em betão armado.

Fonte: Trienal de Arquitectura de Lisboa

Fonte Imagem - Expresso

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