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Lançamento público da Património.pt


No passado dia 21 de Setembro, mais de uma centena de convidados assistiram ao lançamentopúblico do projecto patrimonio.pt, no Observatório Astronómico da Ajuda, em Lisboa. Entre família, amigos, colegas e simples interessados ou curiosos, a véspera do Equinócio foi um excelente pretexto para ‘apanhar’ o ritmo da mudança na Natureza e iniciarmos este projecto. Para a património.pt, este é portanto o ano 0, o início…mas é também um momento muito interessante para o património nacional, cujas recentes alterações, prenunciam um novo começo.

Há precisamente 200 anos, os ventos Napoleónicos que varreram a Europa deixaram-na irrevogavelmente alterada e mudaram o curso da História. No rescaldo dos excessos cometidos antes e depois das alterações que lhe sucederam, aparecem as primeiras medidas de protecção patrimonial e de organização do modelo de actuação do Estado. Desde então, sobretudo a partir da segunda metade do século XIX, a evolução dos conceitos e a reorganização das estruturas da administração pública foram sendo afinadas, nem sempre de forma linear, mas com crescente importância e protagonismo. Em Portugal, este processo foi documentado numa interessante exposição intitulada “100 anos de património”, que decorreu no Palácio da Ajuda no final de 2010 e cujos filmes a patrimonio.pt disponibiliza publicamente para consulta na rubrica Com Credenciais.

Mas a história recente é feita de contradições e 33 anos depois da então Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) – estrutura da antiga orgânica administrativa do Estado Novo – passar a Instituto Português do Património Cultural (IPPC, 1980), à luz dos novos conceitos patrimoniais e de tutela que então despontavam, constata-se que a evolução institucional (e respectiva política patrimonial) percorreu um caminho sinuoso. Disto mesmo nos dá conta, na primeira pessoa, a Doutora Natália Correia Guedes, primeira Presidente do IPPC (1979-84), em entrevista exclusiva, disponível em vídeo para consulta na rubrica Zoom.

Ao longo dos anos, a instituição de tutela patrimonial mudou várias vezes de nome e de competências e em Junho deste ano, o governo extinguiu o IGESPAR, o IPM e a DRCLVT para dar origem a uma nova entidade: a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC). Parece um retrocesso, dejà vu… mas não acreditamos que o seja.

Na verdade, este processo é o culminar de uma significativa alteração (há muito anunciada) no panorama patrimonial nacional: a extinção de um dos mais antigos organismos da Administração Central portuguesa, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), criada em 1929 e extinta em 2007, encerrando 78 anos de história do património português. A este propósito, será também muito interessante ler a entrevista realizada há 10 anos ao então Sub-Director-Geral da DGEMN, Dr. Elísio Summavielle (actual Director Geral do Património Cultural), disponível na próxima semana na rubrica Zoom.

Na sequência desta alteração, as ‘dores de crescimento’ que se sucederam eram inevitáveis e ainda haverá alguns ajustes a fazer… mas a casa parece agora mais organizada. Haja mais meios, um sentido estratégico e moralizem-se ‘as tropas’, porque o património cultural continua a ser um interessantíssimo campo de trabalho. Esta é a nossa visão, para qual daremos o nosso contributo: conhecer, divulgar e aproximar.

Ao longo dos próximos meses, a patrimonio.pt pretende desenvolver estes e outros conteúdos, no sentido de conhecer melhor a história recente do património português, sempre que possível, contada pelos seus protagonistas, na primeira pessoa. Os Editores

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