Em 2022, numa parceria entre a Junta da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, tutela do Museu Mineiro, e a Câmara Municipal de Gondomar, pensaram em como poderiam criar uma experiência sensorial e emotiva para os seus visitantes, com o objetivo de potencializar, através da visão e da audição, a imaginação e a reflexão acerca do passado mineiro, assim como, sobre as questões do presente e futuro da sociedade e do nosso mundo, com relevância para o Património Industrial.
Assim, ao pensarmos o novo discurso museológico optamos por uma ambivalência entre o espaço expositivo material e imaterial e o ambiente digital, onde os objetos expostos comunicam uma mensagem que é complementada pelo digital.
Pese embora esta decisão, o sentimento relativo à preservação da identidade mineira local permanece e não é modificado. A missão e os objetivos primordiais também não se alteram.
A partir da pré-existente recriação da galeria, rapidamente percebemos a necessidade de a otimizar, já que a experiência nos dizia que ela é fundamental para a compreensão da mensagem que pretendemos passar ao público sobre o ambiente subterrâneo. Assim, antes de possibilitar a vivência deste ambiente, o visitante é recebido pelo “Zé do Passal”, um holograma que se apresenta em forma de mineiro da década de 40 do século XX que, através da sua experiência pessoal, interage com o visitante, preparando-o para o que poderá encontrar no interior da recriação da galeria. Enquanto isso, os sentidos do visitante estão já despertos: a visão; devido à pouca iluminação a que está sujeito a partir do momento em que entra no espaço expositivo, a audição; devido aos sons que “saem” da galeria e o olfato devido ao cheiro proveniente do gasómetro, a lanterna que iluminava o mineiro e que agora ilumina o visitante.
Convidados, então, a entrar na galeria, o visitante está mais próximo do ambiente subterrâneo, promovendo-se assim a confrontação entre a interpretação pré-concebida e a experiência que agora vive.
Ao percorrer a galeria, o visitante é encaminhado para uma segunda animação, cujo conteúdo promove a mensagem sobre um elemento essencial da identidade mineira local: o Cavalete do Poço de São Vicente, construção classificada como Monumento de Interesse Público, cuja função e importância não tinha leitura, sendo a sua compreensão agora facilitada através das tecnologias de informação e comunicação.
Hoje, mais de 50 anos depois do fim da exploração mineira em São Pedro da Cova, a Vila continua a ser reconhecida como Terra Mineira. O Museu Mineiro, sabendo da vontade expressa do público oriundo da Nossa comunidade em perpetuar os seus antepassados mineiros, disponibiliza agora 3 500 fotografias de antigos trabalhadores mineiros, através de um ecrã tátil que permite ao visitante a interação direta com a coleção.
Este ecrã disponibiliza informação complementar, deixando o visitante livre para decidir se pretende ou não aprofundar a informação a obter durante a sua visita.
Para finalizar, dizer que pensamos num espaço capaz de criar uma experiência personalizada e adequada a cada visitante, tornando-a significativa e não prescritiva.
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Autoria: Museu Mineiro de São Pedro da Cova
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