Terá lugar nos dias 25 e 26 de Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a Conferência "Património Cultural – Desafios XXI", organizada pela Direcção-Geral do Património Cultural, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural 2018.
No quadro da actual complexidade do contexto económico e social, da globalização e de novos paradigmas emergentes, a Conferência pretende abordar as questões mais relevantes e pertinentes que se colocam ao Património Cultural e apontar possíveis pistas para o futuro, cruzando os domínios da Cultura, da Sociedade, da Educação, da Economia e do Território.
A Conferência tem presentes os mais recentes documentos emanados do Conselho da Europa, da Comissão Europeia e da UNESCO, apresentando reflexões actualizadas, a par da difusão de boas práticas nacionais e internacionais.
São objectivos principais da Conferência:
Sensibilizar para a importância, preservação, valorização e reutilização do Património Cultural
Promover uma abordagem centrada nos cidadãos, divulgando modelos inovadores de gestão do Património Cultural e salientando o seu papel inclusivo
Realçar os contributos do Património Cultural para a sociedade, a economia, a criação cultural e a educação
Estrutura:
A conferência está estruturada em três painéis:
I – Património, Conhecimento e Inovação;
II – Património e Sustentabilidade;
III – Modelos de Gestão do Património Cultural.
I – Património, Conhecimento e Inovação
Na senda da Convenção de Faro, existe hoje um largo entendimento do Património Cultural como um recurso partilhado de testemunhos, de valores e de saberes que constituem fontes e motores de promoção da identidade, da coesão e da criatividade. Se, por um lado, o conhecimento, a preservação e a difusão do Património dependem de conhecimentos científicos e técnicos, que incorporam as novas tecnologias, por outro lado, os resultados obtidos vão encorpar a acção patrimonial num ciclo dinâmico e frutuoso.
Neste painel exploram-se as dimensões do estudo, da educação, da ciência e da tecnologia digital como meios para reforçar o acesso e a fruição do Património, contribuir para a educação e a formação ao longo da vida e encorajar a investigação transdisciplinar, a inovação e o trabalho em rede.
II – Património e Sustentabilidade
O mundo actual caracteriza-se pela rapidez de constantes transformações a uma escala global. A circulação incessante de pessoas ao nível planetário, as alterações climáticas, o imparável crescimento das cidades e das zonas urbanas, em contraste com o envelhecimento das populações e o abandono das áreas rurais, são alguns dos aspectos que abalaram conceitos e modelos com impacto no Património Cultural.
Neste contexto, o paradigma da sustentabilidade enforma o discurso económico, social e cultural da actualidade, visando um desenvolvimento mais equilibrado que não comprometa o futuro das próximas gerações. Perspectivar o Património no quadro de um futuro sustentável exige o cruzamento de domínios do conhecimento, planeamento e acção participada.
Propõe-se a análise de modos de activação do Património, na sua relação com a cidade, o território, a economia e o turismo, e de formas de pensar políticas projectadas para o futuro e centradas nos interesses das comunidades. A reflexão sobre estas matérias poderá permitir o estabelecimento de novas conexões e equacionar estratégias de sustentabilidade, ancoradas na valorização patrimonial.
III: Modelos de Gestão do Património Cultural
Um mundo em profunda mudança coloca novos desafios ao Património Cultural quanto à sua salvaguarda, gestão e transmissão. As políticas públicas, se bem que adaptadas aos contextos sociais e culturais nacionais, regionais e locais, enfatizam crescentemente a diversificação das formas de gestão dos museus e monumentos, a cooperação interinstitucional e a participação cidadã.
No plano europeu tem-se assistido nos últimos anos a uma vaga de reformas administrativas com incidência na gestão das áreas patrimoniais e museológicas por parte de diferentes governos, em especial na sequência da crise financeira e económica mundial de 2008. As alterações ocorridas tiveram impactos diversos, tanto no emagrecimento das estruturas do Estado, como no sentido da maior eficácia e autonomia de gestão das instituições patrimoniais.
Neste painel apresentam-se experiências significativas de âmbito territorial, nacional e regional, na governação do património cultural e dos museus que possibilitam a detecção de tendências, a reflexão sobre os resultados alcançados e a comparação de modelos administrativos e gestionários.
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