Nome completo: Margarida Caetano Morais Alçada
Local e ano de nascimento: Covilhã, 1952 Formação académica: Licenciatura em Filologia, Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa (1975). Formação complementar nas áreas de Formação Pedagógica de Formadores (1989) e Liderança da Administração Pública (1998).
Cargo actual ou último cargo desempenhado: Assessora no Turismo de Portugal (desde 2008).
Como foi o seu percurso profissional? Por onde começou e por onde passou?
Iniciei o percurso profissional em comissão de serviço no Gabinete do Ministro das Obras Públicas (1976 a 1980). Em 1980 tive o privilégio de ser integrada na DGEMN, como Chefe de Divisão de Documentação (até 1993) e Directora de Serviços de Inventário e Divulgação (1993 a 2007). Participei em vários projectos da UNESCO, na redacção do Documento de Nara “Development and Integrity of Historic Cities”, UNESCO (1999). Fui Directora da Revista MONUMENTOS (1994 a 2008). Coordenadora de conteúdos e formadora nos cursos ARIS – Architectural Records, Inventories and Information Systems for Conservation (2003 a 2009) realizados pelo ICCROM, UNESCO e Getty Institute. Directora Coordenadora do Departamento de Relações Internacionais, Comunicação e Divulgação do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (2007 a 2008).
Onde está hoje e o que faz?
Assessora no Turismo de Portugal (desde 2008), desenvolvo projectos no âmbito do turismo cultural, de entre os quais a edição de conteúdos de interpretação para o Património Mundial e o projecto “Tourism Management at World Heritage Sites of Portuguese Origin”, parceria entre o Turismo de Portugal e a UNESCO para desenvolvimento de uma metodologia (e respectivos materiais de formação) destinada a ser aplicada nos sítios classificados pela UNESCO no sentido da sua qualificação enquanto valores patrimoniais e, simultaneamente, destinos turísticos.
Até ao presente e do ponto de vista profissional, qual elegeria como o projecto mais relevante que levou a cabo, para o sector do património?
O Sistema de Informação para o Património Arquitectónico –SIPA, que concebi e implementei na DGEMN, pelo potencial que encerra enquanto recurso de informação ao serviço dos profissionais e das comunidades para a conservação informada, para a interpretação turística, para a utilização do património como motor de desenvolvimento regional.
O projecto escolhido é também aquele que lhe deu mais gozo executar?
Sim, considerando o reconhecimento internacional do caracter inovador do projecto.
E qual ‘aquele projecto’ que ficou por fazer ou completar?
Um centro de qualificação de jovens profissionais, onde mestres das técnicas tradicionais de construção possam transmitir os seus saberes fazer às novas gerações, permitindo colocá-las no mercado de trabalho ao serviço da reabilitação das nossas cidades. Agora é tempo de dar lugar aos muitos projectos pessoais que foram sendo adiados.
Qual a experiência humana que mais o marcou ao longo da sua vida profissional (colega, chefe, grupo de trabalho)?
O arqº Lyster Franco, meu primeiro director, com quem aprendi as duas linhas orientadoras da minha carreira profissional: o conceito de património enquanto recurso ao serviço das comunidades e a atitude de partilha do conhecimento entre gerações de profissionais.
Em retrospectiva, e numa escala de 0 a 10, como classificaria o seu percurso profissional?
Não me cabendo ser “juiz em causa própria”, reduzo a pergunta à classificação valorativa de oportunidades de percurso. Classificaria como 8, considerando a multiplicidade de oportunidades de realização que surgiram no meu percurso profissional e a qualidade dos profissionais que a vida me proporcionou encontrar no caminho.
Se voltasse atrás, fazia algo diferente?
Cada dia procuro fazer diferente acrescentando o que aprendo no dia anterior. Como muito aprendi, muito teria feito diferente, mantendo a auto exigência de dar sempre o melhor que em cada momento me é possível.
Que conselho daria a quem está hoje a iniciar a sua carreira profissional nesta área?
Aprender a olhar pelos próprios olhos, com sentido crítico, questionando o que anteriormente foi feito mas incorporando, sempre, os ensinamentos possíveis.
O que deseja para o sector do património em Portugal, no presente e no futuro mais próximo?
Que o património seja apropriado pelas comunidades e se torne, efectivamente, um motor para o seu bem-estar económico e social e uma âncora na construção de novos futuros.
As sugestões de Margarida Alçada:
Para sair: Viena, todo o ano a comemorar 150 Anos de Gustavo Klint, “A kiss changes the world” http://www.wien.info/en Museu do Côa, agora que a paisagem está de cortar a respiração, www.arte-coa.pt Para ficar em casa: Visita ao site http://www.thebestinheritage.com para ir acompanhando o que de melhor se faz no património e programar a próxima escapadinha a uma das melhores práticas Contos Completos, Fernando Pessoa, Antígona, 2012 com o som de Nina Simone.